Dia dos namorados

Não sei se todos repararam numa coisa, mas nem parece que foi dia dos namorados. Não sei se foi porque caiu no domingo ou porque tinha visita em casa, por causa da festa de aniversário, na véspera, do meu sobrinho Davi fofinho.

O fato é que, muitos comentaram o mesmo comigo. Mas eu ainda penso que é porque quando era adolescente a atmosfera desse dia era muito diferente. Havia uma expectativa boa do encontro, do presentear e ser presenteada. Os carinhos (carinhos mesmo, não sacanagem) eram mais doces, mais intensos. Não tinha essa coisa de sexo livre como é hoje em dia.

Dia desses me coloquei a reparar casais de namorados, ou mais comum, ficantes, em um shopping aqui de BH. Aproveitando o gancho, uma dica é, se não tiver algo inadiável, super hiper, mega importante para fazer, não vá aos shoppings aos sábados, eles pertencem aos adolescentes. Os corredores são tomados por eles. Retomemos o assunto inicial. Depois de muito analisar pude concluir que:

-Os casais estão cada vez mais jovens. Pode-se encontrar "crianças" de 10 anos se beijando escandalosamente na boca

-O amasso é ali mesmo na frente de todos, sem cerimônia

-É comum que troquem de parceiros ao trocar um longo beijo, pasmem vocês que como eu não o faziam

-Falta de respeito de um para com o outro. Se pintar uma discussão a roupa suja é lavada ali mesmo

-Bebida vendida e consumida indiscriminadamente. Fora as conversas sobre quem mais usou, ou vai usar algum entorpecente mais tarde

Noutra ocasião, minha mãe perguntou a uma funcionária do shopping por um banquinho que ficava na porta, que ela gostava muito de sentar. "Tivemos que retirar alguns bancos porque os jovens estavam fazendo sexo a qualquer hora neles". Minha mãe quase caiu de susto com essa resposta.

Mas, tirando o fato do dia dos namorados ter sido estranho, o que quero dizer é que parece que há bem pouco tempo tudo era mais especial, mais mágico, mais romântico. Até levar ou dar um fora, era diferente. Parece que havia mais sentimento. Sofria-se um tempinho, lágrimas rolavam, uma música marcaria aquele momento para sempre. Não que eu seja a favor de ficar sofrendo por alguém, não é isso. Mas hoje em dia a fila anda rápido demais. Ou então, eu estou envelhecendo...

E viva os namorados!