A festa acabou, a luz apagou para os que ficam. Você que "zombou" do câncer, e o driblou por 13 anos. Leva consigo nada como todos os mortais, pois, desse mundo nada se leva, mas pode-se deixar bastante. E você deixou Zé.
Hoje o dia acabou, a noite já veio. Você já não pode beber, já não pode comer nem cuspir. Mas ainda assim, pode deixar o legado de força, luta e perseverança. E mesmo calado, profere grandioso discurso de fé!
Mas você não morre, não em nossos corações. Não para quem você cativou. Você José, você venceu o câncer. E como disseste, foi a hora que Deus o chamou. Foi embora eternizado em honra e caráter.
E agora, José? Teceu teu caminho, viveu, lutou sobreviveu, até no corredor dormiu, e agora José, você descansa em paz!
Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre,
você é duro, José !(*)
*Pequeno trecho do poema E agora, José? de Carlos Drummond de Andrade