Há alguns meses, meu sobrinho ganhou um peixinho, na pescaria da festa junina, da escolinha onde estuda. Desses peixinhos dourados, que parecem terem sido criados com a finalidade de serem pescados pelos pequeninos da pré-escola. Eu também tive a sorte de ganhar um na minha escolinha, mas por algum motivo, ele morreu brevemente. Talvez em 3 ou 4 dias.
Mas o Peixinho era diferente. Foi em meados de junho que o Lucas o pescou, e o confiou a mim até hoje, o dia fatal. Nunca teve nome. Não verdadeiro ou fixo, pois toda vez que a questão era levantada, seu dono oficial, na plenitude de seus 2 anos e meio, sempre inventava um diferente. Então, Peixinho era sua graça.
O pequeno animal me alegrava sem nada “dizer”, fazer, ou se achegar. Ficava lá dentro de seu aquário, nem grande e nem tão pequeno, considerando que era o único habitante da residência aquática. Todos os dias, pacientemente, trocava sua água, descartava todos os excrementos, com todo amor. É isso, tinha amor pela criatura. Perdoei até o fato de meu celular ter caído em seu quintal aquático, ter ficado ali por horas e ele nem sequer me avisou. Deparei-me com o peixe nadando em volta daquele objeto estranho a seu habitat. Talvez tenha se apaixonado, pois não parava de "beijá-lo".
Enfim, não sei quanto tempo de vida o Peixinho tinha antes de vir para casa, tão pouco faço idéia de sua causa mortis. Talvez tédio, solidão, ou sei lá. O fato é que agora, ele não está mais aqui.
Adeus Peixinho! Nade para o paraíso dos peixes...